Olga Martins, CEO e Directora Comercial da empresa produtora de vinhos duriense Lavradores de Feitoria, foi ontem eleita ‘Executiva do Ano 2013’. O galardão foi atribuído no âmbito do ‘Prémio Máxima Mulher de Negócios 2013’, uma iniciativa promovida pela revista Máxima e pelo Jornal de Negócios com o objectivo de premiar a liderança e a gestão no feminino em Portugal.
“É com surpresa, mas com uma enorme satisfação, que recebo este prémio. Ter sido nomeada – ainda mais pelo júri em questão – foi, já por si, algo que não esperava... Passar à fase de finalistas e, posteriormente, ser eleita ‘Executiva do Ano 2013’ foi, sem dúvida, uma experiência nova e que abracei com muito carinho! Este é um prémio meu – alguém que acredita na liderança aliada à capacidade de trabalho, determinação, lutas diárias e muita paixão pelo que se faz –, mas é igualmente o prémio de uma equipa com quem trabalho todos os dias; da família que me apoia incondicionalmente; dos amigos (que sei que votaram para que aqui chegasse); do Douro; e do sector vitivinícola.”, afirma Olga Martins.
Este é o 14º ano do ‘Prémio Máxima Mulher de Negócios’, sendo mais recente a categoria ‘Executiva do Ano’, que se destina a directoras e executivas de primeira linha, bem como a empreendedoras que estão a caminho do topo, constituindo a próxima geração de líderes.
O apuramento das duas vencedoras – Executiva do Ano e Mulher de Negócios do Ano – é da responsabilidade de um júri constituído por Camilo Lourenço (comentador de assuntos económicos), Helena Garrido (directora do Jornal de Negócios), Maria Cândida Rocha e Silva (presidente do Conselho de Administração do Banco Carregosa), Maria João Vieira Pinto (directora editorial da Executive Digest e da Marketeer), Pedro Santos Guerreiro (director executivo do Expresso e ex-director do Jornal de Negócios), Helena Garrido (actual directora do Jornal de Negócios) e Sandra Correia (presidente executiva da Nova Cortiça e detentoda do prémio ‘Mulher de Negócios do Ano 2012’) e presidido por Sofia Lucas (directora da Máxima).
PERFIL DE OLGA MARTINS | SUPLEMENTO ‘MÁXIMA MULHER DE NEGÓCIOS”
É uma mulher num mundo ainda predominantemente masculino. Entre vinhedos e adegas construiu uma carreira de sucesso que a levou até ao cargo de CEO da Lavradores de Feitoria,
uma das dez maiores exportadoras de vinho do Douro. Na infância, porém, os sonhos eram outros: quis ser bailarina, advogada criminal (“achava que tinha uma boa capacidade de argumentação e que a podia explorar numa área que achava interessante”) e, mais tarde, atleta de alta competição de voleibol, uma paixão que a acompanha até hoje: “Adoro desporto.”.
No vinho encontrou uma carreira e o amor, junto do enólogo Jorge Moreira, marido e pai da sua filha, Margarida. Conciliar os dois lados da sua vida pode “ser difícil em termos práticos, mas acho que vou tendo sucesso nisso. Para mim, o mais importante talvez seja dedicar-me a 100% ao que estou a fazer. Quando viajo, estou no escritório ou em reuniões, faço o meu melhor e empenho-me completamente em fazer as coisas bem. Quando volto para casa, sou mãe e mulher a tempo inteiro. Para mim, a família é o pilar da minha vida e só consigo estar bem a trabalhar se a minha vida pessoa estiver bem. Mas, por outro lado, se sentir que falho no trabalho, não me sinto bem e isso afecta a minha vida familiar. Por isso, o segredo é mesmo dar o nosso melhor em todas as ocasiões e ser muito focada no que estou a fazer.”.
Ingressou em Engenharia Química mas, a meio descobriu o gosto pela enologia. Mudou de curso e estagiou na Quinta do Noval, em Sabrosa. Depois de concluída a licenciatura, partiu como estagiária para Bordéus, no ano de 2000, tendo trabalhado na Chateaux Cantenan Brown e na Pichon Longueville, do grupo AXA. De regresso a Portugal, ainda esteve na Clubvintage.com, como responsável pela selecção de vinhos, até que, em 2001, foi convidada para integrar a Lavradores de Feitoria. A proposta era que começasse um Departamento Comercial: “Apesar de não ter interesse na área comercial , aceitei, pelo desafio e pela possibilidade de ficar próxima da produção.”. A decisão provou ser acertada: em 2003, passou a integrar o Conselho de Administração da Lavradores de Feitoria e, em 2006, passou a CEO da empresa, função que continua a acumular com o cargo de Directora Comercial.
Conseguir tornar a Lavradores de Feitoria uma das maiores exportadoras de vinho do Douro é o que considera ser o seu maior sucesso profissional. “Tendo em conta que o negócio dos vinhos é um negócio muito demorado, onde os resultados levam tempo a aparecer e que esta empresa é única no seu formato (os seus acionistas são lavradores, pequenos produtores do Douro), foi, de facto, notável”, conclui. Mas não são só os grandes sucessos que a entusiasmam: “Gosto muito da diversidade do que faço. Um dia posso estar numa vinha ou a provar vinhos com a equipa de enologia e, no dia seguinte, estar a fechar um negocio importante em Nova Iorque. Ou a jantar num dos melhores restaurantes do Mundo e a apresentar os meus vinhos... E também gosto muito da adrenalina da negociação. Talvez seja o meu lado mais competitivo a mostrar-se.”.